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Descarbonização

O Porto continua focado na redução das emissões de gases com efeito de estufa, tendo assumido compromissos cada vez mais ambiciosos para enfrentar a grave crise climática.

Através da implementação de diversas medidas e, segundo os dados mais recentes (Relatório Anual de Energia e Emissões do Município do Porto 2020, elaborado pela Agência de Energia do Porto), o Porto já reduziu as emissões de gases com efeitos de estufa em 52,2%, sendo que a maioria das emissões de GEE, na cidade, provêm dos transportes – 39% - e dos edifícios – 51%. Para minimizar o impacto das emissões na cidade, o Município tem tentado atuar de forma prioritária nestes dois setores, nomeadamente através das seguintes medidas:

 

Frota municipal de veículos ligeiros

Em 2018, 70% das viaturas ligeiras da frota municipal (a gasóleo) foram substituídas por veículos elétricos ou híbridos plug-in, num total de 390 veículos. Esta medida permite evitar, anualmente, a emissão de 542 toneladas de CO2 e poupados 600.000 euros em combustível.

A nova frota municipal, operacionalizada no primeiro e maior contrato de renting do país, tinha percorrido até final de 2020, mais de 4 milhões de quilómetros em modo elétrico, contribuindo para uma significativa redução da sua pegada carbónica, pela diminuição do consumo de combustíveis fósseis. Além das vantagens relacionadas com a redução das emissões de gases com efeito de estufa, verificou-se um importante contributo para a melhoria da qualidade do ar na cidade, bem como para a redução da poluição sonora.

 

Frota de pesados em renovação

A renovação da frota de veículos de recolha de resíduos sólidos urbanos (da empresa Porto Ambiente) consistiu na aquisição de 26 novos veículos movidos a gás natural, que permitem uma mobilidade com reduzida emissão de gases com efeito de estufa, em linha com a política de sustentabilidade do Município do Porto.

 

Frota de autocarros públicos

A Sociedade de Transportes Coletivos do Porto (STCP) está a operacionalizar a ação de renovação de frota, com o pressuposto garantir a crescente descarbonização da operação, iniciada em 2018. Em 2021 entraram em atividade 5 viaturas 100% elétricas, com zero emissões de poluentes, que contribuíram para retirar cerca de 441 toneladas de CO2 equivalente de emissões da cidade. Com estes 5 veículos, a frota da STCP conta já com 274 viaturas mais limpas, mais eficientes energética e economicamente, sendo 254 movidas a Gás Natural e 20 autocarros 100% elétricos, num investimento global de cerca de 70 Milhões de euros.

 

Metro do Porto

A rede de Metro do Porto, que liga sete concelhos ao longo de 67 km de rede e tem o seu centro no Porto. A circulação do Metro na cidade contribuiu para a retirada de 12.000 veículos individuais, que se traduzem num redução de 55 mil toneladas/ano de CO2. Em 2019 foram registadas 71,5 milhões de validações, número que se espera ver crescer com a expansão da rede de metro com a criação de uma linha nova entre dois núcleos da cidade, Boavista – Baixa (Linha Rosa) e o prolongamento da linha Amarela, num total de + 6km de linhas. Espera-se que quando terminada, a melhorada Rede de Metro do Porto registe 20 milhões de validações / ano por cada km, com uma redução estimada em cerca de 78292 ton CO2 eq.

 

Como incentivo à utilização do transporte público, foi introduzido, em 2019, o passe único metropolitano, (40€/mês para todos os transportes públicos na Área Metropolitana do Porto), que ao final de 12 dias de implementação contava com 20.000 novos aderentes. As crianças até aos 12 anos não pagam tarifa na rede regional. A gratuitidade dentro da cidade do Porto foi alargada até aos 18 anos.

 

Prioridade ao transporte público

O Município do Porto (entre outros da AMP) são atualmente os detentores do STCP – Serviço de Transportes Coletivos do Porto, podendo deste modo mais facilmente influenciar a prioridade a este modo de transporte e formas de melhorar o serviço ao cliente. O alargamento de corredores BUS, a otimização das linhas urbanas e a relocalização de terminais são algumas das medidas de prioridade ao transporte público, a par do favorecimento de meios de transporte que utilizem tecnologias de propulsão mais limpas e energeticamente mais eficientes.

 

A rede transporte público assumirá 2 níveis estratégicos para captar mais utilizadores: 1) rede de alta capacidade, Metro e corredores de autocarros de alta qualidade (CAAQ) e Bus Rapid Transit; 2) rede com maior capilaridade (mais atrativa), garantindo coesão social e territorial. A gratuitidade até aos 18 anos permite a captação dos jovens na utilização do transporte público, evitando deslocação atuais e desincentiva a aquisição futura de carro próprio.

 

Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) 

 Foi expandida a oferta dos sistemas de transporte público com o novo Terminal Intermodal de Campanhã (TIC), inaugurado a 20 de julho de 2022. Este espaço dispõe de 230 lugares de estacionamento para carros; 100 lugares de estacionamento para bicicletas; 30 lugares de estacionamento para realização de tempo de suporte; 8 cais de embarque e desembarque, em regime de rotação; Até mil serviços por dia; Até 120 mil passageiros diários; 43 milhões de pessoas por ano; Criação de 55 empregos no imediato; Redução de 1776 tep (toneladas equivalentes de petróleo) na baixa do Porto; Área ajardinada de 4,6 hectares, representando a maior cobertura verde (1.600 árvores) alguma vez implantada num edifício público da cidade.

 

 

Promoção da mobilidade suave

O Porto dispõe atualmente de 55 km de ciclovias, distribuídas pela zona da Asprela, Prelada, Frente Marítima/Marginal, Parque da Pasteleira, Parque da Cidade, Avenida da Boavista e Avenida Gustavo Eiffel. Nos parques de estacionamento geridos pelo Município há 130 lugares vigiados de aparcamento de bicicletas (grátis) e a disponibilização de 210 pontos de partilha de bicicletas e trotinetas na cidade. E ainda 72 bicicletários com capacidade para 520 lugares de aparcamento.

Na Cidade do Porto é permitida a circulação de motociclos em todos os corredores BUS, anteriormente apenas reservados aos transportes públicos.

Há também uma expansão de ruas pedonais, mesmo que temporariamente, como as 16 ruas que fazem parte do recente Plano para Resgatar o Espaço Público do Porto.

 

Energia elétrica de origem 100% renovável

Toda a energia elétrica adquirida pelo Município do Porto para os edifícios de gestão municipal é, desde 2020, integralmente de origem renovável. Esta foi uma das exigências que o Município colocou ao seu prestador de serviço de energia elétrica, agora que a origem da energia já pode ser certificada.

 

Edifícios públicos

O Porto está a instalar sistemas fotovoltaicos nas coberturas dos edifícios municipais, promovendo a produção de energia de fontes renováveis e em regime de autoconsumo. Esta intervenção – Porto Solar – tem prevista a instalação de uma potência de 1MW dividida por 29 edifícios (entre escolas da rede pública e edifícios de serviços municipais), que permitirá uma redução do consumo de energia elétrica de 1.450 MWh/ano e de 703 toneladas de CO2 eq. por ano.

 

O Porto está também a desenvolver ações especificamente destinadas a mitigar a pobreza energética nos edifícios de habitação pública municipal (50 bairros e mais de 13.000 fogos). Destaca-se a reabilitação de edifícios para aumentar o seu desempenho térmico e energético, aliada à criação de comunidades de energia renovável em 33 agrupamentos de habitação social com uma capacidade instalada de 6 MWp. Com 85% destes edifícios reabilitados estima-se uma redução de emissões de 42 560 ton CO2 eq. em relação ao ano de referência de 2004.

 

 Iluminação pública

O Município está a implementar o Plano Municipal de Iluminação Pública para LED que inclui a substituição faseada da estrutura de iluminação pública e semaforização para tecnologias mais eficientes – LED.

A gestão da iluminação pública (sistemas de hardware e software acoplados a luminárias) permite a monitorização e controlo em tempo real da infraestrutura

LED, permitindo regular o fluxo luminoso, medir parâmetros como tensão e consumo, etc., aumentando as poupanças (em cerca de 20%) e a vida útil das luminárias, reduzindo os custos operacionais, melhorando a qualidade do serviço e reduzindo a poluição luminosa.

A execução do Plano permitirá uma redução de utilização de energia de cerca de 62% face à situação atual, o que representará, apenas em energia, uma economia de custos de operação de 1,5 milhões de euros por ano e consequentemente uma redução de emissões de GEE de 13 506 ton CO2 eq.


Plantar novas árvores

O Porto definiu a meta de plantar 20.000 novas árvores na cidade (maioritariamente autóctones) até 2021. Para isso oferece árvores aos residentes e planta em áreas subaproveitadas. Já foram plantadas 8.167 novas árvores ao abrigo Programa 100milárvores, que sequestrarão 248 toneladas de CO2 por ano.