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Ciclo da água

Ao contrário do que parece a água não nasce. A água presente na Terra é a mesma há milhões de anos. Esta água flui no planeta em vários estados físicos (gasoso, líquido, sólido) descrevendo um eficiente ciclo natural. As nuvens, a chuva, a neve e o gelo, os rios e ribeiras, os solos, os oceanos são alguns dos elementos deste gigante ciclo pelos quais passam todas as gotas de água da Terra.


O ambiente urbano – o uso da água em aglomerados - veio introduzir uma camada acrescida de complexidade no ciclo da água (condutas de abastecimento de água para consumo, conduções de saneamento de águas residuais, estações de tratamento de águas residuais, redes pluviais, áreas impermeáveis, entre outras). No entanto, a importância vital deste recurso para a sobrevivência de todos os organismos reforça a necessidade de um modelo de gestão responsável do ciclo urbano da água.


Para esta gestão holística da água, o Porto assumiu a responsabilidade de governo do ciclo urbano da água na cidade, tendo criado a empresa Águas do Porto. Detida pelo Município, a Águas do Porto tem a missão de gerir de forma integrada, eficiente e sustentável toda a água do Porto (rede de abastecimento, águas pluviais, ribeiras, praias, águas residuais e estações de tratamento).


O modelo adotado pela Águas do Porto baseia-se no conceito Water Sensitive Urban Design (WSUD). Este modelo baseia-se numa abordagem inovadora de planeamento urbano de forma a cuidar eficientemente da água em todo o seu ciclo.


Abastecimento de água

O Porto apresenta uma cobertura de 100% da sua rede de abastecimento de água. A água é fornecida em alta ao Município pela empresa Águas do Douro e Paiva, através de 12 pontos de entrega espalhados por dois eixos adutores principais, num volume médio diário de 57.000m3. A cidade possui um sistema de distribuição com 818km e uma capacidade de armazenamento que ronda os 125.000m3, que garante 2 dias de consumo.


Qualidade da água para consumo

No que diz respeito ao abastecimento, o Porto coloca uma elevada responsabilidade na qualidade da água que distribui aos seus munícipes. Este nível de confiança decorre do Plano de Segurança da Água e do apertado controlo de qualidade e monitorização constante que permite assegurar a qualidade da água da torneira no Porto, cuja empresa municipal recebeu um selo de “Qualidade de Serviço de Abastecimento Público de Água”. Para garantir a excelência da água do Porto, anualmente são realizadas mais de 47.000 análises com 99% dos resultados com indicação de água de excelente qualidade.


A qualidade de excelência da água que o Porto disponibiliza aos seus munícipes levou ao desenvolvimento de um programa de incentivo ao consumo da água da torneira - "Beba Água do Porto: é boa todos os dias!". O consumo de água da torneira permite, ainda, uma poupança económica efetiva, com a água do Porto a ser 450 vezes mais barata do que a água engarrafada, maior conveniência para o cidadão, pois basta abrir a torneira em vez de andar a carregar água engarrafada (packs de garrafas ou garrafões) e também benefícios ambientais, com a redução da quantidade de plástico enviado para o lixo, em linha com a política do Município no combate aos plásticos de uso único na cidade. Para além dos benefícios, esta campanha de incentivo vem contribuir para desmistificar alguns estigmas da sociedade, pois no Porto apenas 1/3 da população prefere água da torneira (com maior incidência na população feminina e idosa). Este facto prende-se com a noção coletiva que o consumo de água da torneira está associado aos grupos mais desfavorecidos da sociedade, pondo a descoberto o claro desfasamento entre a perceção pública da água da torneira e a qualidade da água e do serviço prestado pelo Porto.


 

Tratamento de águas residuais

A drenagem de águas residuais é do tipo de escoamento em superfície livre (gravítico) e tem uma extensão aproximada de 550 km de coletores ligados a duas estações de tratamento de águas residuais. As duas ETAR têm uma capacidade de tratamento de 90.000m3/dia o equivalente ao produzido por 370.000 habitantes.

O sistema de drenagem de águas pluviais é separativo, isto é, a rede de águas pluviais é independente das águas residuais domésticas, e possui uma extensão de 600km.


Águas pluviais

A rede separativa de águas residuais e pluviais do Porto remonta ao ano 1896 e foi um conceito inovador para a sua época que permitiu que o Município fosse colhendo benefícios ao longo dos anos, fruto de uma gestão separativa das águas. O modelo separativo permite aumentar a eficiência do sistema de gestão e do tratamento de residuais ao promover uma maior regularidade dos caudais encaminhados para as ETAR, ao reduzir o impacto de caudais de ponta por fenómenos de precipitação intensa na rede de residuais, por contaminação da drenagem pluvial (previne ruturas), ao evitar a aplicação de tratamentos complexos a águas pluviais, ao reduzir o custo de funcionamento das ETAR (limitar o tratamento unicamente a águas residuais), e ao contribuir para manter a água no seu ciclo natural, facilitando a devolução das águas pluviais ao meio ambiente.


Praias

O ciclo urbano da água inclui ainda a gestão das praias, rios e ribeiras da cidade, tendo o Porto uma orla costeira com 3km de extensão, divididos por 9 praias. As praias do Porto são de qualidade reconhecida, com 8 praias com Bandeira Azul (Programa de Educação para o Desenvolvimento Sustentável promovido em Portugal pela Associação Bandeira Azul da Europa) e 8 com Qualidade Ouro (atribuída pela Quercus - Associação Nacional de Conservação da Natureza às praias que ao longo de cinco anos consecutivos tenham tido classificação excelente, relativamente à qualidade da água).

Mais informação sobre o ciclo urbano da água em www.aguasdoporto.pt