Os projetos que o Município tem em curso com vista à promoção da biodiversidade focam-se sobretudo na criação e melhoria de habitats e combate a espécies exóticas. Conheça alguns.
MoRe Porto - Monitorização e Restauro da Biodiversidade das Zonas Húmidas da Cidade do Porto
O MoRe Porto - Monitorização e Restauro da Biodiversidade das Zonas Húmidas da Cidade do Porto é um projeto promovido pelo CIIMAR, financiado pela Fundação Belmiro de Azevedo e que tem como principal parceiro estratégico a Câmara Municipal do Porto.
O More Porto tem como objetivos:
- Mapeamento e caracterização das Zonas Húmidas (Espécies emblemáticas e indicadoras de qualidade do ecossistema; Identificação morfológica e molecular; Estado de conservação e ameaças;
- Restauro e criação de novas massas de água com recurso a soluções baseadas na natureza;
- Recuperação da biodiversidade e otimização os serviços de ecossistema.
Este projeto inclui a formação teórico-prática de meia centena colaboradores do Departamento Municipal de Estrutura Verde e Gestão Infraestruturas, para aquisição de conhecimento e competências que permitam a correta gestão e manutenção das massas de água da cidade. Cerca de vinte técnicos do Departamento Municipal de Planeamento e Gestão Ambiental também tiveram formação no âmbito deste projeto, mas mais orientada para a educação ambiental e para a gestão de projetos.
O More Porto também abarca o desenvolvimento de ações de educação e sensibilização sobre valor das Zonas Húmidas e a sua biodiversidade, com escolas locais e com a população em geral.
Até ao momento foram realizadas 10 sessões nas quais foram anilhadas 89 indivíduos, de 23 espécies diferentes. Além das espécies anilhadas, os biólogos e demais especialistas identificaram aves pertencentes a outras 23 espécies diferentes, o que perfaz já um total de 46 espécies com ocorrência confirmada na cidade.
Algumas das espécies anilhadas foram o Pisco-de-peito-ruivo, o Chapim-carvoeiro, a Carriça, o Pica-pau-verde e o Tentilhão-comum, mas o destaque vai para o Papa-moscas-cinzento (Muscicapa striata), ave migratória com estatuto de conservação “quase ameaçado”.
Além das espécies anilhadas foram identificadas espécies como a Estrelinha-real, o Chapim-azul, a Fuinha-dos-juncos, a Trepadeira-comum, a Coruja-do-mato e a Cegonha-branca, entre outras.
Anilhagem Científica de Aves Selvagens
A anilhagem científica é uma ferramenta aplicada essencial para o estudo científico das aves e das suas migrações, que consiste na colocação de uma pequena anilha de metal, marcada com uma combinação de caracteres exclusiva que permite identificar cada indivíduo.
No momento da anilhagem é efetuado o registo da anilha, data e local, bem como um conjunto de informações do indivíduo capturado (espécie,sexo e biometrias). A cada recaptura os dados são atualizados, fornecendo, deste modo, informações fundamentais, quer para o estudo da vida da ave, quer das suas movimentações.
O trabalho desenvolve-se bimensalmente: um dia na estação fixa de anilhagem do Parque Oriental e outro, numa estação móvel, nos outros espaços, a saber: Parque Oriental, Jardins do Palácio de Cristal, Horta da Oliveira, Viveiro Municipal, Horta do Hospital Conde Ferreira, Horta das Condominhas, Horta da Lada, Parque da Asprela, Parque de S. Roque, Parque da Cidade, Quinta do Covelo, Parque das Virtudes, Parque da Pasteleira, Jardim do Passeio Alegre e Parque das Águas do Porto.
Viveiro de árvores e arbustos autóctones
Localizado no Viveiro Municipal do Porto, o projeto Viveiro de Árvores e Arbustos Autóctones do FUTURO tem como objetivo a produção de árvores e arbustos autóctones que são utilizados nos projetos de promoção da biodiversidade na cidade do Porto e em ações de reabilitação ecológica no âmbito do FUTURO – projeto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto. Entre 2014-2019 foram produzidas cerca de 75.000 árvores nativas.
Monitorização da vespa-asiática
O Município do Porto tem em curso um programa de monitorização e destruição de ninhos de vespa asiática (Vespa velutina), que é uma espécie exótica predadora da abelha europeia e, portanto, constitui uma ameaça à biodiversidade e a alguns setores económicos, nomeadamente o da produção de mel e o da produção de frutas, já que a existência dos frutos depende das abelhas (polinizam as flores).
Biodiversidade no rio Tinto
O projeto de despoluição e requalificação das margens do rio Tinto permitiu a duplicação da área do Parque Oriental de 9 para 20 hectares e a criação de novos habitats para vertebrados, tendo já sido detetada a presença de peixes e anfíbios. A monitorização regular da fauna do rio Tinto é uma das ambições do Município para os próximos anos.
Rede de biospots do Porto
Com o objetivo promover a biodiversidade, os serviços dos ecossistemas, a adaptação às alterações climáticas e a amenização paisagística, o programa Rede de Biospots visa plantar espécies nativas e regionais em terrenos expectantes, sem capacidade de edificação ou associados a eixos de circulação principal (nós, taludes, etc.).
Eliminação do uso de pesticidas químicos
Em 2015 o Município do Porto, consciente do risco do glifosato para a saúde dos ecossistemas e humana, baniu o uso deste pesticida químico no controlo das (injustamente) designadas “ervas daninhas”.