Ouvir
Economia Circular

A economia circular é um dos temas-chave na estratégia municipal de médio e longo prazo para o ambiente do Porto. A Cidade quer contribuir cada vez mais para a regeneração dos ecossistemas, para a reciclagem de resíduos, para a redução do desperdício, para a reutilização de subprodutos como recurso para outros processos (por exemplo, as águas residuais tratadas), para o envolvimento de empresas, consumidores e outros atores do sector na reflexão sobre os passos que cada um deve dar nesse sentido.


O Município tem vindo a colocar uma parte substancial do seu esforço, em ações muito concretas, algumas das quais se encontram espelhadas no Roadmap para um Porto Circular em 2030, elaborado em 2017. Este documento, preparado com a colaboração de diversas pessoas e organizações ativas na cidade, destaca as principais práticas e projetos que ocorrem no Porto, propõe uma visão de longo prazo e identifica oportunidades e um programa de ações concretas de forma a transformar o Porto numa cidade circular em 2030.


Com a convicção de que “dar o exemplo” e incentivar as boas práticas são boas formas de influenciar e inspirar a mudança, o Município do Porto tem procurado orientar a aquisição de bens e serviços e a intervenção no território segundo os princípios motores de circularidade, catalisar a capacidade e a vontade das empresas para transformar desafios ambientais e sociais em oportunidades de negócio de modelo circular, reunir os principais atores na cocriação de respostas aos desafios e sensibilizar as instituições e os munícipes para fazerem escolhas mais informadas, conscientes e sustentáveis. 


Mais informação sobre a economia circular

O modelo económico atualmente mais influente e baseado numa falsa ideia de linearidade dos recursos naturais.


De um modo simples, a economia linear baseia-se na exploração contínua de recursos (por exemplo, minerais, petróleo, solo, entre outros) que são transformados em produtos que, por sua vez, são consumidos. Os resíduos resultantes destes processos (de transformação e de uso) são descartados. É um modelo que ignora a finitude de recursos naturais, que contraria o modelo circular da natureza, no qual tudo se transforma e regenera.


Este modelo linear e cada vez mais insustentável num mundo cuja população está em crescimento, no qual existe expectativa de uma grande parte da população dos países menos ricos em aceder a maiores níveis de consumo, e no qual a população dos países ricos quer igualmente garantir o que considera ser um padrão mínimo de qualidade de vida. Espera-se que o número de futuros consumidores aumente em 25% ate 2050 e as necessidades de energia e de água sejam 80% e 55% superiores, respetivamente.


A economia circular é vista como a melhor solução para introduzir os conceitos da natureza no ecossistema humano da produção e consumo. Por exemplo, criar produtos e serviços com um desenho otimizado e inteligente que permita a adaptação, a recuperação, o menor consumo de materiais e uma vida longa; reduzir os desperdícios e resíduos e usar os gerados em processos onde possam ser uteis; partilhar recursos, produtos e serviços, entre outros.


Em síntese, a economia circular baseia-se na importância de otimizar, reduzir, reutilizar, partilhar, reconhecendo os limites físicos do Planeta.