400 alunos, de 8 escolas do Porto participaram no dia 10 de maio numa ação de limpeza de praias, desde o Castelo do Queijo até à praia do Carneiro, junto à Foz do Douro.

Em apenas 2 horas em 8 praias distintas, no total com 800 metros de extensão, foram recolhidos 75,3 kg de resíduos.

No âmbito do programa Eco-Escolas, a iniciativa colaborativa organizada pelo Município realizou-se durante a parte da manhã e da tarde nas praias do Porto e teve como objetivo envolver a comunidade escolar na sensibilização para a poluição – principalmente por plástico.

Alunos de diferentes níveis de ensino (1.º, 2.º e 3º ciclo, Superior e Profissional) e professores fizeram a recolha, interpretação, registo e monitorização dos resíduos que encontraram na praia.

Durante a deslocação nos autocarros, que transportaram os alunos para as praias, os técnicos de educação para a sustentabilidade do Porto fizeram o enquadramento da ação, e trocaram impressões com os participantes sobre problema dos plásticos no mar e o seu impacto na biodiversidade e saúde.

Já na praia, os alunos recolheram os resíduos, principalmente plásticos e beatas de cigarro, mas também vidro, papel/cartão, metal, artigos sanitários e madeira processada, como paus de gelados e colheres.

Os participantes, divididos em grupos de 6 a 8 pessoas, registaram os diferentes resíduos que encontraram, bem como as respetivas quantidades dos mesmos, pesando-os com a ajuda de pequenas balanças que se encontravam disponíveis no local. Perceber as origens dos resíduos e a quantidade que podemos produzir é um dos passos para agir na mudança de comportamentos do dia-a-dia, optando por soluções mais sustentáveis e comportamentos preventivos que evitem o agravamento do problema.

O Vice-Presidente da Câmara Municipal do Porto, Vereador do Pelouro do Ambiente e Transição Climática e Pelouro da Inovação e Transição Digital, Filipe Araújo, esteve presente na iniciativa e sublinhou a importância desta ação “mais prática, onde a mensagem é melhor transmitida, quando vemos o que realmente está a acontecer”. Referiu ainda que, “apesar de muito estar a ser feito no Porto nesta matéria temos de continuar a apostar na educação para a sustentabilidade”, mostrando-se preocupado, por exemplo, com o número elevado de beatas de cigarros que foram encontradas na praia, só durante uma curta manhã.

Já os participantes mostraram-se muito entusiasmados: “Quero fazer mais vezes esta atividade. Tanto trabalhamos como nos divertimos”, referiu uma aluna que frequenta o 5.º ano do Colégio Júlio Dinis. Outra aluna da mesma escola acrescentou ainda que, “Encontramos muito plástico e esferovite. Queremos tornar o planeta melhor e fazer com que as pessoas façam igual a nós”.

No final da ação, o alunos ainda tiveram tempo de, com alguns dos materiais recolhidos que, quer pela forma, quer pela sua cor, eram mais apelativos visualmente, criar uma obra de arte efémera na praia e, assim, percecionar ainda melhor a quantidade de resíduos que no final cada grupo recolheu.

Os plásticos são resíduos persistentes que demoram centenas de anos a degradar-se e que chegam às praias através de várias fontes: vão sendo transportados pelas linhas de água até ao mar, são lançados nas praias por descuido, são transportados a longa distância pelas correntes marinhas (os encontrados no Porto podem vir de perto ou de muito longe…). Os plásticos representam um risco direto para muita da fauna marinha (que fica presa ou ingere estes resíduos) mas também se vão desagregando em microplásticos (estes entram nas cadeias tróficas já se detetaram no leite materno e sangue).

O Eco-Escolas é um programa internacional da “Foundation for Environmental Education”, desenvolvido em Portugal desde 1996 pela ABAE, e conta com a parceria de vários municípios, entre eles o do Porto.

O Município do Porto apoia anualmente a inscrição de cerca de 30 estabelecimentos de ensino do Porto ao Programa Eco-Escolas. Em 2021/22 candidataram-se 28 estabelecimentos de ensino do Porto.