Uma das preocupações do Município do Porto é potenciar o verde na cidade mesmo nos locais onde tradicionalmente não existe, de modo a potenciar a adaptação às alterações climáticas, promover a biodiversidade urbana e melhorar a paisagem urbana.
Por isso, posicionar o Porto como cidade precursora na implantação de coberturas verdes, renovando a paisagem urbana, é a estratégia urbanística e ambiental assumida pela autarquia.
A Praça de Lisboa ou a Estação da Trindade são exemplos de intervenção com esta vertente, e que foi implementado noutros espaços e infraestruturas, como é o caso do Terminal Intermodal de Campanhã.
O Projeto Quinto Alçado, desenvolvido com a Associação Nacional de Coberturas Verdes (ANCV) tem por objetivo definir um modelo para o desenvolvimento de infraestruturas verdes, designadamente ao nível de coberturas, e avaliar o seu impacto e benefícios para a cidade.
Este projeto identificou na cidade 131 estruturas ou edifícios com cobertura vegetal, avaliando igualmente locais estratégicos para a introdução de coberturas verdes. O Quinto Alçado do Porto aponta caminhos para a inclusão de coberturas verdes em edifícios novos ou em obras na cidade que respondam a determinadas performances, por exemplo, que seja capaz de reter 50% da precipitação.
A forma como estas medidas serão implementadas está em avaliação, de modo que, quer os edifícios públicos, quer os privados venham a integrar esta infraestrutura verde.
Ao contrário da perceção comum, as coberturas verdes são benéficas para os edifícios e não colocam problemas de impermeabilização. Os materiais dos edifícios dilatam-se com o calor e contraem-se com o frio, e isso resulta numa perda de impermeabilização e necessidade e renovação da mesma. A existência de uma cobertura verde, com a sua vegetação e o substrato de terra, pode duplicar o tempo de vida das estruturas, o que é muito interessante em termos dos custos de manutenção dos edifícios
A par com outras soluções de base natural, as coberturas verdes têm particular relevância no atual contexto de alterações climáticas. Propiciam a biodiversidade, ao estimularem a presença de insetos polinizadores, contribuem para a eficiência técnica dos edifícios e são um complemento aos parques e jardins, ajudando a criar verdadeiros corredores verdes.
Esta solução também permite armazenar água da chuva para uso em rega de espaços verdes e hortas.
Através da implementação de um projeto piloto LIFE-my Building is Green, o Município do Porto pretende avaliar e monitorizar a real eficácia das coberturas verdes e outras soluções equivalentes que usam vegetação na melhoria do conforto bioclimático dos edifícios escolares. Este projeto foi desenvolvido na EB1 de Falcão (em Campanhã).
No caso do novo Terminal Intermodal de Campanhã (TIC) , a cobertura verde do edifício tem 46 mil metros quadrados.